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2 de out. de 2012

Pleito


Trabalhei por três anos em uma instituição pública de saúde, e independente do tamanho da minha remuneração, me esforçava e pagava um plano saúde e, ao reclamar das contas a pagar no fim do mês, as pessoas me questionavam: Porque pagar plano de saúde se você trabalha em tal lugar? E eu respondia: Justamente por isso, por conhecer de perto a saúde pública do nosso Estado. Não estou falando do trabalho médico, pois, este pude comprovar que era feito da melhor forma possível, uma vez que, lhes fosse dado condições para tal. Falo da acessibilidade a esse atendimento, o quão difícil era conseguir agendar um exame simples, o sistema CORA é falido, impede que sejam vendidas fichas, porém, burocratiza e deixa ainda mais distante o acesso ao atendimento. Confesso que me sentia constrangida quando pessoas me pediam para marcar um exame e/ou consulta, elas acreditavam que por estar dentro da instituição seria mais fácil, puro engano. Se olharmos pelo o que é CORRETO, realmente não era pra existir assistencialismo, mas se ele existe é porque  há a necessidade de sua existência, deste modo, me pergunto: Em quem acreditar quando se diz que fará algo pela saúde pública? Em quem faz, mesmo que em regime de assistencialismo, ou, em quem está em Brasilia e pode buscar recursos para o Estado e não faz, e se faz, não fiscaliza para que estes sejam usados realmente onde deveria. Ou melhor, em quem já esteve no governo durante 8 anos e não nos deixou na memória boas lembranças. Observa-se uma briga de Egos, ao ver a campanha 2012 penso que ela coincide muito com a novela global que foi lançada: Guerra dos Sexos, em nosso caso seria: Guerra dos Egos. E o problema está aí, muito se ouve, se assiste e pouco se pesquisa, se questiona e se conclui. Desde criança ouço que a maioria sempre vence, mas isso não quer dizer que a vitória é justa, contudo, nossa maioria é aculturada, ignorantes políticos e até mesmo inocentes e, é essa maioria que diz quem serão nossos governantes e desta forma temos o GOVERNO QUE MERECEMOS.
Porque nenhum parlamentar tem um projeto de lei, onde, a população teria que fazer um teste de aptidão para tornar-se ELEITOR? É certo que na primeira eleição após vigorar a lei, muito provavelmente teria uma sessão eleitoral por bairro, se não menos que isso, no entanto, afirmo que nos próximos pleitos esse número de sessões  iriam subir, pois, as pessoas teriam tido acesso, a seus direitos básicos e sobre tudo a educação, o que lhe abririam os olhos e os tornariam aptos a escolher, sairiam de um curral eleitoral para viverem numa sociedade que eles mesmo ergueram ao depositar na urna um voto consciente. Aptos? Na na nim na não! Você é louca Poliane? Entenda, se todos os eleitores tornarem-se aptos para tal, não teremos mais eleições, não haverá mais democracia, talvez voltemos até ao regime militar. Porque? Não teríamos candidatos, eleger-se com certeza não seria atrativo como os dias atuais, eleger-se seria sinônimo de trabalho. Ah... entendi. 

4 comentários:

Fernando disse...

Uma perfeição em estado bruto nas suas palavras, acho que já li umas 8 vezes e todas as vezes quero ler mais ainda, maravilhoso texto, segue abrindo a ferida da nossa tosca realidade sem firulas e com um norte definido. Adorei demais.

Poli Rios disse...

Sinto-me lisonjeada com suas visitas. Saudades FÊ!

Unknown disse...

Muito bom o texto...gostei da contextualização antes da chegada ao cerne da questão...seria bom que mais pessoas pudessem ler e quem sabe, começarem a se questionar um pouco. Fico Perplexo por ver milhares de pessoas se omitirem ou se negarem a pensar, e nem pensar em refletir...concordo que temos, inocentes, burros, acomodados, interesseiros, "políticos", falsos intelectuais...e por fim...os que pensam, seriam aptos, mas que se tornam uma minoria que se acanha, muitas vezes, ou em outras que é vencida pela multidão que a considera "louca"...parabéns, mais uma vez, pelo seu texto!

Poli Rios disse...

Obrigada pela visita Léo, abraços :)