Sentada no banco da estação, trago comigo uma miúda maleta onde mal cabem meus documentos, tento fitar meu olhar na extensa linha férrea que naquele instante é o mapa da minha fuga. Não sei se é o calor do sol do meio dia ou a febre da saudade que aferventa meu sangue e transformam as lagrimas em vapor.
Os vagões sacolejantes se aproximam, minha respiração descompassada e o tremor do meu corpo traduzem a desesperança de ser esquadrinhada por suas mãos e de ter o acalento da sua voz me pedindo pra ficar.
Vou-me, embalada pelo resquicio de sentimentos que abandono paulatinamente e que talvez não me acompanhe novamente. O grito do trem transforma-se no desabafo do meu coração, meu amor e a fumaça da chaminé homogeneízam-se, mas caso ela te alcance me sentirás aconchegada em tua roupa, cabelos e pele como estive por muito tempo.
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